Cada dia da sua vida está cheio de novas possibilidades, inesperadas e excitantes. Igualmente como existem os dias que são perfeitos clones de ontém com a única exceção da data que foi incrementada, sempre incrementada.

O tempo e a vida não param, tudo continua rolando como um barril atirado do quinto andar de um prédio em construção por um gorila debochado. No caso de interrompermos a nossa escalada, nem que seja por muito pouco tempo, dificilmente notaremos alguma mudança no nosso ambiente. É como se nunca tivessemos existido em primeiro lugar.

É muito triste quando se percebe, que somos seres muito pequenos e insignificantes diante de uma enormidade espacial, populacional, informacional… escolha a imensidão que lhe agrada e enjoe sua depressão. Sim é tudo verdade, você é 1 sobre 7 bilhões, os humanos são só uma espécie dentro a infinitude de outras no planeta (e quiçá universo) e provavelmente cada pensamento que você está tendo agora tem uma porcentagem quase nula de originalidade.

Conhece o... ah esquece

O quadro é desesperador? Talvez. Esta é a realidade, ou pelo menos uma parte muito desagradável dela, e é preciso encará-la e entendê-la. Apatia nunca mudou as coisas e certamente não vai começar agora. Muito possivelmente é por isso que pessoas que tendem a “compreender” a “verdade” se sentem insignificantes.

Eu não concordo que as minhas contribuições bem como as de cada um para um mundo melhor (ideal, perfeito, todo azul, fodástico) sejam insignificantes. Elas todas são adicionadas numa soma ponderada. A força dos meus atos é tremendamente pequena perto do poder que um escroto tem de usar guerra, preconceito, religião e fraquezas piscológicas para arruinar a vida de terceiros em prol de crescimento próprio, entretanto não é nula.

Não se esqueça que uma outra imensidão é o número de termos na nossa “soma de contribuições” e a sua não parece mais tão ínfima se puder ser agrupada com diversas outras.

A entropia e o tempo parecem avançar inabaláveis sempre em (metafórica) frente, mas você tem o poder de olhar para trás. Pode criar, mesmo tendo a oportunidade de destruir.

O Universo, como já foi observado anteriormente, é um lugar desconcertantemente grande, fato este que pelo bem de uma vida tranqüila a maioria das pessoas tende a ignorar. Muitos se mudariam contentes para lugares consideravelmente menores em suas próprias redondezas, e é aliás o que de fato a maioria dos seres faz.

Por exótico que possa parecer este comportamento, não há uma única forma de vida na galáxia que não possa de algum modo ser acusada da mesma coisa, o que é a razão do Vórtice de Perspectiva Total ser tão horripilante.

Pois quando você é posto no Vórtice você tem um vislumbre momentâneo de toda a inimaginável infinidade da criação, e em algum lugar, um marcador minúsculo, um ponto microscópico sobre um ponto microscópico, dizendo “Você está aqui”.

Extrato do Guia do Mochileiro das Galáxias – O restaurante no Fim do Universo (leiam agora)

Este post é inspirado por um outro texto que foi escrito por um amigo meu. Não vou citar o nome só por diversão e ver se ele se toca.

Philosoraptor aproved