Síndrome dos Anos Dourados

Um dos meus hobbys, por assim dizer, é observar o comportamento humano e tentar descobrir alguns padrões. Incidentalmente, este comportamento foi observado por mim (e talvez por vocês) em outras pessoas, o que nos prende aqui num círculo recursivo de observações. Mas isso não vem ao caso agora…

Como eu dizia curto observar padrões no comportamento humano, e um em particular, vem me chamando bastante atenção. Irei me referir vulgarmente a ele como “Síndrome dos Anos Dourados” (porque um nome pomposo provavelmente dará mais credibilidade a este singelo texto).

Esta síndrome comportamental consiste simplesmente naquele sentimento, pelo qual você pode já ter sido acometido, de se estar vivendo na época errada. A mim e meus colegas Cientistas da Computação, é comum a desilusão de descobrir que as diversas idéias (algumas boas) que temos durante um semestre de  estudo, já foram uma a uma esmiúçadas por algum sujeito que até já morreu. Só resta então soltar aquele: “PQP! Porque eu não nasci há 50 anos?”.

Outros exemplos comuns seriam o menino juvenil guitarrista que descobre que todas as músicas já foram compostas, o escritor que não consegue encontrar um tema original ou o recém formado em medicina veterinária que sofre com o mercado de trabalho. Cada uma dessas pessoas, consegue estipular um período do tempo para o qual gostaria de magicamente se teleportar e viver feliz para sempre (ou pelo menos por algum tempo).

Eu estava a fim de desenvolver mais esse texto, porém eu disse que gosto de observar comportamentos, fazer uma análise precisa, por outro lado, parece fugir ao meu escopo. Além disso eu acho que me fiz entender.

Alguém mais já se sentiu assim? Vocês realmente acham que existe uma época ideal para se viver? Dissertem :)

Os velhos tempos da internet

Então me vejo eu aqui, em pleno 2010 criando um blag… será que já é tarde para investir num espaço desses na internet? Exisite vida após o twitter? Bom… eu não sei, mas eu vou escrever coisas aqui mesmo assim.

Em meio a esse profundo sentimento de inovação, me deparo com o ano de 2010 e percebo que já faz mais ou menos 10 anos que eu tenho acesso a esta curiosa rede que chamamos internet. Logo, para celebrar esse primeiro post no blag, estarei me propondo a analisar as minhas (primeiras) experiências online.

Ah, é um tempo nostálgico, quem estava lá lembra, que a internet há 10 anos era um lugar muito diferente. Talvez a diferença mais gritante seja a ausência do nosso amiguinho Google (ele existia, mas não era um garoto tão popular quanto é hoje) para nos dar as direções e indicar sempre o caminho mais correto, não adiantava nem estar se sentindo com sorte…

Os sites de busca (lembram do fatídico Cadê?) funcionavam a partir do cadastro de sites, era preciso informar para ele o endereço do seu site e também um certo conjunto de metadados para que ele efetivamente permitisse que você fosse encontrado. Além disso os algoritmos de busca usados eram muito pouco sofisticados. Em suma, econtrar alguma coisa era difícil, porém isso não importava muito, pois ninguém sabia direito o que queria encontrar. Para mim se desenvolvia aí aquele sentimento celebrado por alguns como a “emoção da caçada”, estranhamente eu sou uma pessoa que gosta de ficar horas sentado lendo textos aleatórios (e aparentemente não sou o único).

Então, lá ficava eu, um garoto juvenil perdido naquele modesto mar de infromações. Modesto porque, no fim do dia, você podia escolher entre a Ricardo’s HP, que contava com fotos, imagens, MIDIs, downloads de emuladores e roms e o Rogério Website que oferecia figuras, imagens, MIDIs, downloads de emuladores e roms…

Isso sem falar no incrível design dos sites que mesclava um excelente fundo preto com letras coloridas e uma dose saudável de frames e tables (basicamente cometendo cada um dos pecados listados na HTML Hell Page). Menção honrosa para as páginas que vinham recheadas de javascripts deliciosos: perguntavam o seu nome, mostravam a sua listagem de diretórios, desativavam o clique com o botão direito…

Mais do que uma coleção de sites com design hoje considerado escroto, a internet tinha aquele ar de novidade, era um tempo novo com internautas navegando por sites nunca antes indexados. É engraçado pensar que, enquanto hoje nós corremos para as redes sociais e damos um grande valor às interações humanas, nos primórdios ninguém estava muito interessado no que os outros tinham a dizer. Foi uma época de pesada troca de informação, mas de webmasters anônimos.

Realmente a internet dos velhos tempos era um lugar interessante. Nela só os fortes sobreviviam, em oposição à internet de hoje onde até a sua avó irá achar o que procura eventualmente. Era a selva dos webmasters anônimos, endereços enormes, designs esdrúxulos e, por incrível que pareça, eu sinto enormes saudades desse tempo.

E vocês leitores, sentem saudade da velha internet? Ou não trocariam seus Orkutes, Twitteres e Facebookes por nada?

Agradecimentos especiais a Cristiano Dalbem pela imagem do primeiro parágrafo.

And now for something completely different…

Oh yeah! O blag agora está no wordpress porque todos os garotos legais estão usando ele e além do mais o blogspot é um lixo. Como eu só tinha 3 posts eu vou aos poucos migrando eles, juntamente com o novo conteúdo que está por vir. Por hoje é tudo pessoal.

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