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Depois de voltar do FISL11 já me preparava para escrever um post básico resumindo tudo que eu fiz e vi lá (acho que este vai sair no meu outro blog quando me bateu uma vontade de comentar um assunto abordado em algumas palestras de lá.A amada e odiada pirataria.

Não aborde navios em alto mar

Em especial gostaria de citar a palestra do Sérgio Amadeu, que utilizou a temática Star Wars, slides furiosos e um discurso divertidamente eloquente para nos informar sobre a situação atual da briga entre internautas e temível império do copyright. Em breve atualizarei o post com um vídeo da palestra, mas por enquanto só imaginem. O que venha blagar aqui não tem muita relação com a palestra em si. É mais uma reflexão que eu fiz sobre o assunto todo e quis dividir com vocês.

Todos sabem que existem muito mais interesses na criminalização da violação de direitos autorais do que se pode imaginar à primeira vista, porém eu considero que existe um único motivo que é muito mais forte que o resto:

A maioria dos produtos da indústria de entretenimento é uma porcaria

Inclua aí a industria de cinema, música e videogames. Antes de eu continuar gostaria de deixar claro que eu não falo de uma porcaria no sentido subjetivo, ou seja, não estou depreciando alguns produtos por questão de gosto ou preferência pessoal. Estou falando dos que são realmente medíocres.

Pegue das músicas que são produzidas hoje as que valem a pena ouvir, que não são totais escarros da última tendência pop e que conseguem inovar em algum aspecto. Elas existem e não são poucas, mas estão fatalmente soterradas pelo mar de canções medíocres (sinto muito, mas essa palavra vai aparecer algumas vezes aqui :) atoladas de refrões pseudo-pegajosos que serão esquecidas dentro de alguns dias.

Tente vislumbrar como seria uma “briga” por atenção entre estas duas vertentes imagniárias da música: as criativas e as medíocres (comecei a falar apenas de música aqui, mas vocês sabem que games e filmes são totalmente análogos). É de se esperar que a mediocridade tenda a receber a maior parte da atenção, visto que está em maior número e geralmente apela de forma superficial para vários consumidores. A consequência natural é que produtos medíocres sejam mais comprados.

Esta era a verdade até pouco tempo atrás, ENTRETANTO temos hoje algo chamado internet. Este meio de comunicação descentralizado e livre permite a pessoas como eu e você encontrar muito mais facilmente aquelas pérolas que ficam sufocadas pelo mar de bosta da indústria. OK, mas o que isto tudo tem a ver com a pirataria? Veja bem, para a indústria o que realmente importa é obter o maior lucro no final do mês então é natural que se aposte na proposta do mediano, a produção é barata e existe a garantia de um mercado. Assim nascem as músicas, filmes e jogos recicláveis.

Infelizmente para esta indústria, parece que nós não somos TÃO idiotas e agora é possível encontrar, compartilhar e experimentar produtos de maneira gratuita. O impacto disto é uma diminuição do efeito “comprar o livro pela capa”. Você está poupado de aturar o CD horrível daquele artista que tem aquela ÚNICA música ótima porque você pode simplesmente ouví-lo antes para ter certeza de que você gosta mesmo daquilo.

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Caso você seja um dos que acredita que a copia não autorizada de música é um “sumidouro” de dinheiro para os artistas, tente imaginar toda a grana que é gasta normalmente com entretenimento e observe que você não deixou de gastá-la só porque agora tem acesso à internet. De fato, o que aconteceu é que você mudou ONDE você gasta este dinheiro. Eu, por exemplo, compro um número considerável de CDs, DVDs, camisetas e todo tipo de produtos provenientes de meus artistas favoritos, artistas que eu realmente aprecio, artistas que eu conheci em grande parte PIRATEANDO suas obras. Sem esta última parte eu estaria comprando o que? DIUSTIN BIEBER eu acho… Em suma:

Pirataria é proibida porque…

as grandes indústrias do entretenimento querem obter lucros fáceis lançando produtos medíocres. Os consumidores querem gastar o seu dinheiro em coisas criativas, interessantes e memoráveis. Mesmo assim existe uma necessidade de conhecer como um todo o que o mercado oferece, nem que seja para que se perceba que aquilo que se vê é algo que não te atrai em nada. É isto que a cópia não controlada de mídias digitais permite, um maior espalhamento das preferências de entretenimento do indivíduo e uma subsequente maior exigência de qualidade por parte do mesmo, o que é obviamente prejudicial para esta indústria guiada pelos lucros e por nada mais.

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