Biscoitos de Presunto

Cara, o meu blog tem um número considerável de posts então ele naturalmente recebe muitos comentários spam. Algo na casa de 10 por dia. Desde que eu me mudei do http://wordpress.com eu não tenho acesso (gratuito) ao plugin Askimet, que usa métodos bastante refinados de bloqueio de spam. Logo me via obrigado a moderar e aprovar os comentários verdadeiros em meio ao mar de spam.

Não mais!

O plugin Cookie For Comments é a gambiarra que faltava na luta contra o spam. Ele exige do usuário que posta o comentário a habilidade de gravar um cookie, coisa que humanos usando navegadores de internet geralmente podem fazer. Acontece que os semeadores de spam com certeza não são humanos e não estão usando um navegador, eles provavelmente são apenas programas fazendo requests HTTP. Muito embora esses programas possam até fingir que são um browser legítimo (manipulando a string de user-agent) eles geralmente não conseguem guardar cookies… BOO-YAH! Bloqueados.

Estou usando o plugin há alguns meses e peço para os comentários capturados com este truque serem jogados na caixa de Spam do WordPress, embora eles possam ser deletados ou até bloqueados antes de chegar ao servidor (e assim salvar o processamento e o espaço no banco de dados).

Eu escrevi este post porque queria informar vocês donos de blog disto, mas também porque queria mostrar esta foto :)

wando

Claramente isto é um pedido de ajuda… Alguém tem uma calcinha para doar para esta menina?

 

March 16, 2012

Comments Off on Patchwerk: controle um sintetizador modular monstruoso direto do browser

Patchwerk: controle um sintetizador modular monstruoso direto do browser

O Patchwerk é uma interface online que pode ser acessada diretamente do seu navegador de internet e controla um sintetizador modular de proporções monstruosas localizado no Museu do MIT. Um resumão do sistema em uma tradução livre por mim:

O Patchwerk te permite controlar um enorme sintetizador analógico diretamente do seu navegador, e envia os resultados de volta para você e todos outros usuários conectados. A interface neste site está conectada fisicamente ao maior sintetizador modular “caseiro” do mundo, que atualmente se encontra no Museu do MIT.

O acesso online é organizado por uma fila. Os botões, alavancas e potenciômetros virtuais são ativados mecanimente por motores instalados no painel de controle do sintetizador. Interessantemente a interface também mostra os comandos realizados por pessoas que se encontram no museu brincando com o aparelho, então não se assuste ao ver a interface se movendo sozinha!

Experimente o sistema agora!

Fontes:

via Laboratório de Computação e Música

Ctrl+C fácil no Terminal do Linux

Este é um post grande demais para ser um tweet, mas bem pequeninho. De qualquer forma, vocês seres da linha de comando provavelmente usam um sitema de janelas e uma interface gráfica em conjunto com o terminal e por vezes sentem a necessidade de copiar ou colar conteúdo de um ambiente para o outro. No Ubuntu eu uso o gnome-terminal e para copiar e colar os atalhos são ctrl+shift+c e ctrl+shift+v, sem falar em ter que selecionar os caracteres com o mouse no caso de querer fazer uma cópia. Chato.

Aí que chega o genial xclip. Instale-o (no Ubuntu sudo apt-get install xclip) e use assim para copiar texto:

$ echo "Para o Clipboard" | xclip -sel clip

Simples! O programa fica esperando a entrada por um stream de texto como todos outros programas Unix, então podemos usar o operador | (pipe) para fazer a mágia. O texto recebido pode ser colado normalmente em outros programas. Eu criei um atalho para o comando no meu .bashrc porque eu sempre esquecia:

# no .bashrc
alias clipboard='xclip -sel clip'

Usando-se assim:

# no terminal
$ echo "Também para o clipboard" | clipboard 
$ cat arquivo.txt | clipboard

Eu não uso muito, mas para colar texto na linha de comando existe a opção xclip -o, mas sinceramente daí ctrl+shift+v fica mais fácil, visto que não tem nenhuma seleção de texto envolvida. Também vale a pena destacar outros comandos que parecem interessantes como o xclip-copyfile para fazer isto com arquivos.

 

March 5, 2012

Comments Off on Arturia lança sintetizador analógico

Arturia lança sintetizador analógico

Numa reviravolta interessante a Arturia empresa normalmente relacionada ao desenvolvimento de plugins de software, incluindo emuladores de sintetizadores analógicos, anunciou no NAMM que vai lançar um sintetizador analógico de verdade: O Minibrute. A seguir um vídeo demonstrando o aparelho:


O produto está agendado para ser lançado em Abril com um preço de 549 dólares.

Uma notícia interessante para todos aficcionados por sintetizadores e também para aqueles que continuam trabalhando na área e acreditam que este tipo de estética não está morta e ainda não foi (e talvez não seja) perfeitamente emulada por software.

Fontes

via Laboratório de Computação e Música

Review Musical: Kansas

Puta merda, que som foda esses garotos do Kansas fazem! É o tipo de som que te deixa sem palavras, mais ainda quando é o primeiro album de uma banda. A maioria de vocês (e me incluo neste grupo também) provavelmente já tinha chorado lágrimas másculas ouvindo Dust In The Wind e batido o pézinho com Carry on Wayward Son no Guitar Hero 2 e Supernatural, mas a contribuição do Kansas parava por aí. Que desperdício meus amigos, que desperdício!

No debû da banda – lançado em 1974 – nós temos, em nenhuma ordem específica: um excelente trabalho de guitarra, vocais muito bons com harmonias bem feitas, solos de violino impressionantes, assinaturas de tempo estranhas, rítmos pegajosos, uso criativo de piano e sintetizadores. Tudo isto perfeitamente mesclado no melhor traje de rock progressivo. Os temas abordados nas letras são em sua maioria místicos, bem o tipinho desses cabeludos dos anos 70.

Ia destacar as minhas músicas favoritas, mas é basicamente o album inteiro. Em Can I Tell You Something temos um trabalho vocal simples, mas pegajoso e duelos de teclado, guitarra e violino. Em Belexes, Journey from Mariabronn e Apercu temos verdadeiros épicos cheios de riffs e harmônias entre sintetizadores e violino, às vezes me lembrando o feeling das canções do Rainbow na época do Dio. Mother Nature Death Suite mistura riffs bem pesados e mais ao estilão Black Sabbath com bastante melodia e técnica e Bringing it Down é um blues mais mundano onde o violinista Robby Steinhardt simplesmente destrói com ótimos solos.

No mais, para fãs de um bom rock progressivo este album é quase obrigatório. Underated é a palavra certa, puro prog rock hipster para você.

Google, privacidade e você

Então hoje é o dia mágico 29 de Fevereiro e, como vocês já devem saber, amanhã entra em vigor a nova política de privacidade unificada do Google. Como a própria empresa já declarou estas mudanças simplificam as políticas de privacidade de vários dos serviços diferentes oferecidos pela empresa e que você afinal já acessava pela sua conta do Google. Porém talvez elas fiquem simples demais e com isto venham consequências indesejadas.

Segundo o Google, seus dados de diferentes serviços serão cruzados para prover uma experiência mais simples e intuitiva. Um dos exemplos dados é te mandar um SMS avisando sobre melhores rotas para chegar nos seus compromissos, cruzando dados como a sua posição global dada por seu telefone Android e seus compromissos marcados na Google Agenda. Tirando o fato de isto ser meio perturbador por si só, aparentemente não há nenhum problema nisto certo? No entanto as coisas nunca são tão simples.

Tudo ou nada

O primeiro problema que encontramos é a implantação radical dessa política para todos os serviços vinculados à sua conta do Google (na realidade isto não é bem verdade, alguns como o Google Wallet e o Chrome continuam tendo seus próprios termos) na forma da obrigatoriedade de adesão aos termos. Usuários do Gmail, Picasa, Youtube, Google+ serão todos sujeitos a estas mesmas regras e o fato de continuar usando os serviços implica concordar com elas.

Diferentes serviços, diferentes perfis

Aqui eu gostaria de chamar um ponto que eu acho que não foi bem enfatizado em diversos artigos que eu li. Um dos grandes problemas com o casamento de dados de diferentes serviços do Google é que o perfil do usuário não é o mesmo em todos os eles. Antes do Google adquirí-los, Youtube, Blogger, Orkut e diversos outros eram sites independentes e o usuário tinha contas também diferentes neles. Unificar todos estes sob uma mesma identidade me parece pelo menos incoveniente.

O que acontece se eu uso o Gmail/GoogleAgenda para trabalho e Youtube/Picasa/Google+ para lazer? Terei que criar contas diferentes para não ter esses aspectos da minha vida associados e usados para me mostrar propagandas? Além disso o Google reserva o direito de associar os seus nicks no Youtube e diversos outros ao seu nome verdadeiro (em que a conta está registrada).

O que fazer se eu não concordo?

Uma medida mais extrema seria não usar mais ou apagar a sua conta do Google. Eu por razões muito semelhantes me mantenho longe da maioria das redes sociais como o Facebook. No entanto, sejamos francos: o Gmail é um baita produto, bem como são o Youtube, o Google Agenda, Google Analytics e a própria busca do Google. Por estes motivos eu não quero e não posso me desvencilhar da conta do Google. Então algumas coisas que eu fiz foram:

Ler os novos Termos de Serviço e a Política de Privacidade

Sério, leia eles. É importante, vai levar uns 30 minutos do seu tempo.

Apagar e congelar o histórico de navegação da Web

Nesta página você pode apagar todo o seu histórico de buscas pelo Google e pedir para que ele pare de fazê-lo à partir deste momento.

Apagar e congelar o histórico e histórico de busca do Youtube

Pode ser feito aqui.

Deletar todos os dados desnecessários da conta do Google

Abra a lista de serviços do Google e passe o pente fino. Quantos destes serviços você ainda usa? Quantos deles ainda possuem dados seus? Eu por exemplo deletei a minha conta do Blogger, Orkut, Google+, iGoogle entre outras coisas.

Lembrando que, para estes três casos, provavelmente o Google continuará a coletar e guardar estes dados, mas em teoria você deu um opt-out e ele não vai usar eles para personalizar a sua experiência.

Desativar a personalização/Usar uma engine de busca diferente

O fato é que eu sou radicalmente contra a personalização de resultados de busca. Eu quero sentar em qualquer computador do mundo e digitar dont be evil e receber os mesmos resultados. Meus motivos para isto não são só perferência pessoal: eu não quero os resultados das minhas buscas influênciados pelo que eu fiz no passado. Para entender do que estou falando dêem uma olhada nesta explicação do que é o bubbling e porque ele é prejudicial.

O que pode ser feito é desligar as opções de personalização dos resultados ao desativar o histórico de pesquisas ou ser mais radical ainda e usar uma outra engine de busca como o DuckDuckGo que tem uma política de privacidade muito menos invasiva. Eu venho cada vez mais escolhendo a segunda opção, visto que o DuckDuckGo é muito bom e o Google insiste em mostrar resultados “personalizados” baseados na minha conta de Twitter ou Google+ ou seja lá o que for e isto me irrita.

Pontos para o Google

No final das contas, este post não é uma crítica ferrenha ao Google. Eu acho esses caras demais e considero eles grades inovadores no campo da computação. No entanto, estas mudanças são um bom momento para pesar os prós e contras de usar estes serviços.

Como todos sabem o grande negócio do Google é oferecer serviços de graça e lucrar com propagandas e isto é totalmente válido. Eles não são a única empresa a ter políticas como esta e na realidade esta fazendo um grande favor ao apresentar termos de uso e uma política de privacidade que são bastante legíveis e deixam relativamente claro o que está acontecendo. Exatamente por este motivo que as mudanças estão sendo alvo de tantas críticas e discussões e isto é saudável. Então, pontos para o Google.

O que vocês acham? Vão fazer alguma coisa em resposta a estas mudanças?

Primeiro release candidate do Wine 1.4

Sexta passada foi lançado o primeiro realease candidate do Wine 1.4, a nova versão estável do Wine que provavelmente estará presente na sua distribuição Linux favorita.

Melhorias

Faz quase dois anos desde a última versão estável (1.2.3), a que os usuários normais do Wine geralmente preferem instalar. Esta versão 1.4 vai trazer diversas melhorias como:

  • Suporte ao xinput2, que corrige diversos bugs relacionados ao uso do mouse em jogos.
  • Implementação da DIB Engine. Isto vai aumentar a performance de vários jogos que usam o DirectDraw, principalmente jogos 2D como Starcraft (o primeiro).
  • Redesign do sistema de áudio. Será uma melhoria do áudio no Wine como um todo, mas implica principalmente em um melhor desempenho do áudio em sistemas usando Pulseaudio, que são quase todos.
  • Integração com o DOSBOX. Para deixar a experiência de jogar totalmente transparente :)
  • Literalmente milhares de bug fixes e pequenas melhorias, que só quem acompanhou de perto o desenvolvimento sabe.

E então tá afim de testar este garotão? Dê uma passada na página de downloads do projeto e pegue a sua cópia da versão 1.4, ou caso seja mais inclinado tecnicamente, baixe o código fonte e compile você mesmo. Caso seja um usuário Ubuntu é possível installar a ppa do Wine 1.3 visto que as últimas versões disponíveis são os release candidates da versão 1.4. Outra opção é instalar o PlayOnLinux e pedir para ele fazer a instalação dos release candidates, por baixo dos panos ele vai baixar e compilar uma versão do Wine te poupando o esforço.

Testando e Reportando Bugs

Um bom teste seria tentar rodar todas as aplicações Windows que você sabe que não funcionam, ou funcionam mal e observar os resultados. Outra coisa importantíssima é rodar os aplicativos que você já sabe que funcionam e procurar por novos bugs que podem ter aparecido. E ainda, se estiver se sentindo especialmente generoso não esqueça de documentar o processo.

Como?

  • Procure e reporte informações sobre o desempenho de aplicativos específicos no Appdb
  • Reporte bugs no Bugzilla do Wine.
  • Peça ajuda no canal #winehq do freenode

Mais sobre o Wine

Faça seus backups

Título Alternativo: Crônicas da Quase Morte de um Disco Rígido

Semana passada eu caguei tijolos e fiz um backup de todos os meus arquivos. Eu tenho no meu desktop um HD de 320GB onde estão os sistemas operacionais e um outro com 1TB onde guardo os dados em uma partição e um backup na outra (o que já não é um sistema muito seguro), mas o fato é que já faz mais de um ano que eu armei todo este esquema e eu comecei a ficar preguiçoso. Aos poucos eu comecei a deixar dados importantes no laptop, dados importantes espalhados pelo HD de 320gb, dados importantes… sem backup.

Bom o que aconteceu? Um dia o computador não quis mais dar boot… aparentemente ele não conseguia ler nenhum dado do HD de 320gb que já tem uns 3 anos de vida. Esperando pelo melhor eu usei um live CD para dar boot e percebi que o HD ainda vivia e os dados também. A tentativa de pegar de volta os arquivos foi frustrada pela falta de cooperação do HD, todas as tentativas de leitura falhavam e deixavam o computador extremamente lento, uma inspeção mais cuidadosa acusava diversos erros de I/O. Já meio desesperado, eu abri o gabinete pra dar uma olhada. Dei uma mexida nos cabos e surpreendentemente o HD voltou a funcionar quando reiniciei o computador.

O que devemos aprender com isso?

Já é a segunda vez que eu passo por uma experiência de quase morte do HD e eu devo dizer, não é legal. Eu sou um cara muito nostálgico e organizadinho com meus arquivos. Mesmo eu sabendo que a maioria dos meus dados importantes estava guardada e relativamente segura na partição de backup, eu não pude deixar de gelar sabendo que ia perder coisas que eu guardei, programei, escrevi e deixei jogado naquele HD. Acho que vocês também não iam curtir.

Caso não fossem esses duendes que bagunçaram os cabos do meu HD e fizerem ele falhar “de mentirinha” eu teria perdido esses ou outros dados mais cedo ou mais tarde. De repente essa podia ser uma feature dos novos discos rígidos (ou qualquer dispositivo de armazenamento): de tempos em tempos ele finge que estraga só para ver so o usuário está em dia com os backups.

Em suma: faça seus backups. Se eu pudesse te dar algumas dicas elas seriam:

Junto com fotos de pessoas tristes porque perderam seus dados.

Guarde os dados em partições ou HDs diferentes do que os programas

Usuários de longa data do Windows sabem disso. Deixar seus dados jogados no drive C: é uma receita para desastres, mais cedo ou mais tarde você vai ter que dar aquela formatada forçada e daí vish … não precisou nem que o HD falhasse para você perder todos seus dados. Usuários de Linux como eu podem guardar o diretório home, onde geralmente se guarda a maioria dos dados, em outra partição. Isso pode ser feito facilmente movendo os arquivos para outra partição e criando um link simbólico para onde eles estavam originalmente.

HDs são baratos, dados são inestimáveis

Não tenha medo de gastar com HDs novos para guardar seus dados. Os preços estão ridiculamente baixos até mesmo para HDs grandes como 500GB ou 1TB.

Saiba suas prioridades

Decida quais são os arquivos mais importantes para você. Para mim são fotos de família e amigos, trabalhos de faculdade e criações intelectuais (músicas, textos, código, etc…) seguidos de longe por jogos, mp3, vídeos. Tenha suas prioridades no cuidado e nos backups. Aqueles 20gb de mp3 que você tem parecem super importantes agora, mas você provavelmente vai conseguir baixar eles de novo (contanto que o governo dos EUA pare de dar uma de cuzão).

Não confie em CDs e DVDs para backups

Sério, não é uma boa idéia… são mídias totalmente não confiáveis e qualquer tipo de arranhãozinho pode te sacanear. Tem também o clássico problema de fazer aquele backup da sua vida e descobrir que a sua mãe jogou tudo no lixo quando limpou seu quarto.

Aprenda a usar serviços de backup na nuvem

Coisas como o Dropbox, GoogleDocs, MediaFire podem ser muito úteis para guardar seus arquivos, principalmente os de menor prioridade como trabalhos de faculdade ou fotos da festa de ontém. No entanto saiba as limitações deles e tome cuidado com o que você mete lá. Não confie totalmente na segurança dos seus dados ali, veja o que aconteceu com o Megaupload. O Dropbox é especialmente legal porque ele não só faz backups de uma pasta dentro do seu computador como replica esses dados em qualquer outro computador em que você configure a sua conta, aumentando em muito as suas chances de recuperar o arquivo em caso de desastre.

Peça ajuda

Caso você ache tudo que foi dito anteriormente confuso e não saiba como fazer um backup dos seus dados, peça a ajuda de um amigo mais versado nas artes tecnológicas, pelo menos para começar. Alguns dos passos descritos aqui são super simples mas podem te salvar de uma vida de arrependimentos.

E vocês tem alguma outra dica para dar? Conhecem alguma história triste de morte de discos rígidos? Compartilhem.

Frequência e Economia de Bateria

Eu costumo andar com meu laptop pra lá e pra cá o dia inteiro e nem sempre tenho a chance ligar ele em uma fonte de energia. A bateria dura mais ou menos 2 horas durante atividades normais, mas eu sempre estou tentando achar maneiras de diminuir o consumo e ganhar mais alguns minutinhos de bônus. Algumas coisas que se pode tentar é reduzir o brilho do monitor, desligar as conexões wireless e não “estressar” o disco.

Recentemente eu descobri que os processadores atuais já tem um suporte bem consolidado a mudar a frequência em que rodam enquanto rodam e o Linux consegue fazer ótimo uso desta capacidade. Eu tentei portanto dar uma futricada nisso para ver se arrancava um tempinho extra da bateria e vou relator os meus esforços aqui.

Pra quem não sabe, a frequência em que o processador roda é diretamente proporcional à velocidade dele, ao gasto de energia e à dissipação de calor. Logo o que estaremos fazendo aqui é trocando eficiência por bateria. Esta perda de eficiência não é de todo ruim, o meu Intel i3 roda com uns 40% da frequência máxima e não é possível notar a diferença. Isto porque na maioria do tempo o computador esta lidando com arquivos, com a rede ou desenhando coisas na tela e deixando o processador “de braços cruzados”. Obviamente vamos ver a diferença em atividades que exigem mais esforço do processador, como por exemplo jogos.

O jeito difícil: cpufreq + linha de comando

No ubuntu, instalando o pacote cpufreq-utils você tem acesso a uma série de comandos que podem ser usados para manualmente configurar a frequência do processador. Ao todo os programas que vem no pacote são cpufreq-set, cpufreq-aperf, cpufreq-selector, cpufreq-info. Os mais importantes para a gente aqui são o cpufreq-set e o cpufreq-info e servem, respectivamente, para mudar a frequência dos núcleos da CPU e conseguir informações sobre eles.

Rode o cpufreq-info e dê uma olhada. Para cada um dos núcleos da CPU serão impressos alguns dados importantes: a frequência em que ele está rodando, o tipo de “governor” sendo usado (mais sobre isso daqui a pouco), a frequência mínima e o máxima que pode ser designada, a lista de frequências que podem ser designadas. Para nossos fins vamos usar aquelas duas últimas informações. Este é um script que eu fiz para usar estas informações e configurar a velocidade de todos núcleos do meu processador.

#!/bin/bash

SUDO=gksudo
NPROC=3 #number of cores - 1
TYPE=$1

for x in $( seq 0 $NPROC )
do
 $SUDO "cpufreq-set -c $x -d 933MHz -u 2.27GHz" 
done

for x in $( seq 0 $NPROC )
do
 $SUDO "cpufreq-set -c $x -g $TYPE"
done

Em suma para cada um dos núcleos (um número de 0 até N-1 dado na opção -c) eu digo qual é a frequência mínima (opção -d), a máxima (opção -u). Depois para cada um dos núcleos eu designo um tipo de “governor” da CPU (opção -g) este tipo vem diretamente do parâmetro que o usuário digita quando chama o script. Obviamente os valores de frequência variam para cada processador e você deve usar os que descobriu no passo anterior. Note que eu uso sudo porque é preciso ser o administrador de uma máquina para modificar a frequência.

Exemplos de uso

Assumindo que o script se chama cpuconf:

$ cpuconf powersave #roda todos núcleos na frequência mínima 
$ cpuconf performance #roda todos núcleos na frequência máxima
$ cpuconf ondemand #muda a frequência baseado no uso da CPU

Mas o que são os “governors”?

São programas que monitoram o uso da CPU e definem políticas de modificação das frequências de acordo com os dados que coletam. Por padrão os núcleos rodam em ondemand e economizam energia quando não percebem um uso muito intenso. O governor que queremos é o powersave pois ele força sempre a frequência mínima configurada. Note que o performance pode ser útil também em casos que não queremos frescura apenas pura performance, como durante jogos ou quando estamos processando áudio.

É seguro brincar com estes parâmetros?

Aparentemente não existe muito perigo de configurar alguma coisa errado e destruir o computador porque o programa simplesmente ignora comandos que “não fazem sentido”  como colocar a frequência da CPU maior do que ela é capaz.

O jeito fácil: CPU Frequency Monitor

Depois de brincar com tudo isto eu descobri este aplicativo simples que podemos deixar no painel do Gnome, o CPU Frequency Monitor. Ele dá uma indicação gráfica da frequência sendo usada e suporta a modificação da frequência e governor para cada um dos núcleos usando uma interface gráfica.

Provavelmente existem programas semelhantes a este para KDE e afins.

Conclusão

Ok, mas e os resultados do uso de energia usando frequências menores? Para falar a verdade não é nada muito impressionante, eu diria que talvez eu tenha ganho de 5 a 10 minutos de uso, o que só mostra que o governor padrão já é bastante bom ou que a CPU não é responsável por um grande uso da bateria, pelo menos em laptops.

Neste artigo existe uma comparação dos diferentes governors e seus respectivos usos de energia. De qualquer forma eu aprendi um bocado e espero que quem leu esta parede de texto até o final também tenha aprendido.

Mais informações

Random Hacks of Kindness

Sábado, dia 3 de dezembro, eu e mais algumas pessoas show de bola nos reunimos na sede da Neorama para trabalhar no Random Hacks of Kindness. O que é isto você pergunta? O RHoK é um encontro mundial, simultâneo de pessoas (geralmente envolvidas com tecnologia) para tentar construir alguma coisa que melhore a vida das pessoas, na seu bairro, cidade, estado e porque não no mundo?

Nós de Porto Alegre nos dividimos em dois grupos e trabalhamos no http://letshelp.it, um site já existente que visa facilitar com que voluntários encontrem instituições que precisam de ajuda e doações, e no Poabugs, condinome Ventilador.

Eu trabalhei no Poabugs e vou dar uma explicadinha rápida do que é para vocês. Basicamente a prefeitura de Porto Alegre tem diversos canais onde os cidadãos podem encaminhar pedidos de melhoria, conserto de ruas, luzes, etc… e por incrível que pareça alguns desses meios funcionam. O problema é que pouca gente sabe deles e os que sabem não tem paciência de preencher os formulários, abrir um protocolo e acompanhar a resposta.Aí que a gente entra.

Pessoas reportam os problemas, juntam um número de outros para apoiar a causa (estimamos algo como 5 apoiadores para evitar reclamações triviais ou idiotas) e daí o site agiria como um intermediário que pega esse pedido e encaminha para a secretaria adequada da prefeitura. As subsequentes respostas da prefeitura e um status da resolução do problema vão ser mostrados na página. A idéia é que o foco seja na solução dos problemas, algo ao contrário do http://portoalegre.cc que só tem reclamações.

Faltam uma ou duas coisinhas até termos o site funcional e o pessoal que trabalhou nele pretende tocar o projeto nas horas vagas. Quem tiver interesse em contribuir pode entrar em contato.

Edit:

Por algum motivo louco eu esqueci de botar o link do github do projeto: https://github.com/lfzawacki/rhok-ventilador

O RHoK foi uma experiência extremamente proveitosa, e eu espero que rolem mais edições em Porto Alegre. Milhões de agradecimentos ao pessoal da Neorama que forneceu o lugar e sanduíches e ao Daniel Wildt por organizar o encontro.

Têm mais fotos aqui: http://www.flickr.com/photos/dwildt/6459417345/in/photostream/

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